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Na Alemanha, Carnaval movimenta a economia em tempos de crise:
Carnaval na Alemanha (Foto: Getty Images)
Em alguns dias de fevereiro, o Carnaval movimenta US$ 2,7 bilhões. O dinheiro é gasto em comida, bebidas, fantasias, táxis e hotéis, principalmente. Aquece a economia local e gera também alguma receita para o governo com os impostos.
Para quem está no Brasil e vê pela televisão as festas no Rio de Janeiro, no Nordeste e em São Paulo, é difícil imaginar, mas este dado pertence à Alemanha, segundo a Associação do Carnaval Alemão (BDK, na sigla em alemão), onde um dos principais destinos nesta época é a cidade de Colônia.
A celebração na Europa movimenta muito mais dinheiro do que outras festividades, como o Halloween, quando a maioria das pessoas gasta dinheiro apenas com fantasias, de acordo com o professor de economia da Universidade de Ruhr, Jan Wieseke. No Carnaval, conforme ele relatou ao site alemão DW, são fantasias, comidas, bebidas, muito mais do que somente máscaras.
Apenas em Colônia, o Carnaval gera uma receita de cerca de 460 milhões de euros, dos quais 165 milhões de euros vêm das preparações para o evento e da acomodação das pessoas. Outros 85 milhões de euros vêm das vendas de fantasias. A cidade e as comunidades mais próximas embolsam 5 milhões de euros com as taxas em poucas semanas.
O Carnaval alemão também aquece o segmento de doces e beneficia companhias que estão em outros locais da Alemanha. Durante as festas em Colônia, são cerca de 330 toneladas de doces, 700 mil barras de chocolate e 220 mil caixas de chocolates consumidas. Em Düsseldorf, outra cidade famosa por organizar a festividade, são 45 toneladas de doces. E a iniciativa privada agradece.
No Carnaval, alemães fizeram sátira à chanceler Angela Merkel (Foto: Getty Images)
Empresas como a Keller, de Bochum, que fornecem fantasias e acessórios há mais de 25 anos, têm no evento seu principai negócio. O CEO, Horst Krokowski, disse que o Carnaval faz sua companhia trabalhar o ano inteiro com a compra de matéria-prima, a produção e a distribuição, e não apenas por três dias.
Neste ano, ele colocou mais de 1 mil produtos no mercado e conseguiu uma receita bruta de 20 milhões de euros mesmo antes do início das comemorações.
Em tempos de crise econômica em toda a Europa, Krokowski também vê nesta época uma certa imunidade aos problemas que afetam o país. Se os entusiastas do Carnaval estão bem financeiramente, eles gastam muito para celebrar, e se não estão tão bem, gastam muito para celebrar da mesma maneira. Não é, de acordo com o executivo, um evento que dependa da economia alemã para gerar bons resultados.