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Largada é um momento tenso. Pode-se ganhar posições ou abandonar a prova em de frações de segundo. E o ditado automobilístico é completamente válido para este texto: dá para perder uma corrida inteira em um acidente. Confira os dez inícios mais espetaculares, plásticos e catastróficos da história da Fórmula 1.
GP da França de 1989
Nenhuma eliminação; corrida interrompida
Creio que no alto dos meus quatro anos, este foi o primeiro momento da Fórmula 1 que me recordo. Acidente marca realmente uma criança. Lembro alguns detalhes deste dia. Estava eu jogando meu Intelevision quando meu irmão mais velho me chamou para ver um acidente na TV. Puxo pela memória que havia sido um estrago com vários pilotos e que o cenário era muito parecido com o de Paul Ricard: plano e sem grama nas laterais. Tem que ser esse.
A lambança ficou por conta do brasileiro Maurício Gugelmin, que, pelo que consta, teve problemas com seu freio no final da reta de largada. E para complicar a vida de quem ia à frente, Maurício se encontrava no centro do pelotão e a primeira curva da pista era um grampo acentuado à direita. Receita perfeita para um strike. E assim aconteceu.
Largando de décimo, Gugelmin quase perdeu algumas posições na longa reta de Le Castellet, mas é na freada dela que o desastre aconteceu. Ele dá uma travadinha básica nos freios e, sem ação, vai de encontro aos carros à sua frente. Pior para Thierry Boutsen da Williams e as Ferrari de Nigel Mansell e Gerhard Berger, que foram diretamente afetados pelo pombo sem asa da March.
Outros carros também foram envolvidos em toques posteriores, mas como a largada foi cancelada, todos conseguiram pegar seus carros reservas – ou consertaram os que tinham – e largaram novamente.
GP do Canadá de 1998
Nenhuma eliminação; corrida interrompida
O apertado e veloz circuito de Montreal, no Canadá, sempre foi propício a acidentes, e o da edição de 1998 não foi exceção. Um capote sensacional de Alexander Wurz marcou a largada desta corrida.
Wurz, que corria pela Benetton, tentou achar um espaço onde literalmente não havia, o que resultou em mais três carros atingidos (Jean Alesi, Johnny Herbert e Jarno Trulli). Menos mal que puderam pegar seus carros reservas e continuar a prova.
Na segunda largada, outra confusão. Mika Hakkinen ficou muito lento após a largada, o que ferrou com a primeira chicane da pista. Ralf Schumacher rodou e novamente Jarno Trulli e Jean Alesi foram os maiores afetados, pois ficaram enganchados um ao outro, dando adeus a prova. Este não eram o dia de vocês, pessoal.
GP da Áustria de 1987
Duas eliminações; corrida interrompida duas vezes
Na primeira largada da corrida, tudo se encaminhava normalmente até a Zakspeed de Brundle bater numa barreira de pneus e voltar para o meio da pista. Rene Arnoux (Ligier), Adrian Campos (Minardi), Philippe Streiff (Tyrrell), Jonathan Palmer (Tyrrell) e Piercarlo Ghinzani (Ligier) também se envolveram no acidente. Bandeira vermelha e uma nova relargada.
Na segunda, Nigel Mansell (Williams) e Gerhard Berger (Ferrari), com problemas na embreagem, largam muito lentamente, e criam uma espécie de barreira na estreita reta do circuito. Os carros que vinham de trás, já embalados, tentavam desviar, mas não conseguiram.
Ricardo Patrese (Brabham), ao tentar desviar de Mansell, espreme Eddie Cheever (Arrows) contra o muro. Pronto, o cenário estava armado. Stefan Johansson (McLaren) acerta a traseira de Cheever, que por sua vez é acertado por Martin Brundle. Com o acidente, Ghinzani reduziu, e foi atingido por Alex Caffi (Osella) e Ivan Capelli (March).
Quem estava no meio do grid não pode fazer nada, a não ser esperar a batida. Philippe Alliot (Larrousse), Christian Danner (Zakspeed) e Philippe Streiff (Tyrrell) também se envolveram. Para colocar a “cereja no bolo”, Pascal Fabre (AGS) vem com tudo depois de bater em Palmer e voa para cima de Ghinzani e Capelli. Confusão armada, pista interditada e pedaços de carro para todos os lados.
GP de Mônaco de 1980
Quatro eliminações; corrida sem interrupção
Derek Daly ficaria conhecido posteriormente aos seus acidentes de 1980 com sendo piloto da Daly Air, tamanho seus voos durante a temporada. E um deles foi na largada do GP de Mônaco de 1980.
Derek Daly ficaria conhecido posteriormente aos seus acidentes de 1980 com sendo piloto da Daly Air, tamanho seus voos durante a temporada. E um deles foi na largada do GP de Mônaco de 1980.
O jovem irlandês que já havia feito grandes corridas na temporada, como na Argentina, largava de 12º com sua Tyrrell. E na curta “reta” de Mônaco, já ocupava a sexta colocação antes da Saint Devote. Mas um pequeno detalhe estragaria toda essa largada fenomenal de Daly: ele ultrapassou todos esses carros no alto, batendo e rodando em cima dos os concorrentes.
O resultado foi um grande strike nas ruas monegascas. Ken Tyrrell deve ter ficado possesso, pois além de lhe retirar da prova, levou junto Bruno Giacomelli (sua rampa de lançamento), o francês Alain Prost e seu companheiro de equipe, Jean-Pierre Jarier. Que lenha, em Sr. Daly?
GP da Bélgica de 1998
Quatro eliminações; corrida interrompida
Essa talvez seja a mais conhecida lambança da história das largadas na Fórmula 1. Quando na rodinha entre amigos o assunto puxa para assuntos relacionados a acidentes na categoria, logo este vem à tona. Como se esquecer de 13 carros batendo desvairadamente logo após a largada, em meio à chuva?
Em 1998 os pilotos passaram limpo pela La Source, mas com a água que caia em Spa-Francorchamps e os pilotos de pé embaixo rumo à Eau Rouge, o acidente que aconteceu no primeiro pelotão era indesviável para quem vinha atrás.
David Coulthard foi o primeiro a ir de encontro ao muro. Atrás dele vieram Eddie Irvine, Rubens Barrichello, Alexander Wurz, Olivier Panis, Jos Verstappen, Johnny Herbert, Jarno Trulli, Shinji Nakano, Tora Takagi, Pedro Diniz, Mika Salo e Ricardo Rosset para juntar todo mundo em um mega acidente. Sorte deles que ninguém ficou ferido – e a maioria pode realinhar para a relargada.
GP dos Estados Unidos em 2006
Sete abandonos; corrida sem interrupção
Assim que o Grande Prêmio dos Estados Unidos estreou no calendário com um circuito misto, analisei aquele traçado e ficava a pensar o quão perigoso poderia ser um acidente após os carros percorrerem aquela metade da pista oval a toda velocidade. E no GP de 2006 aconteceu algo que já esperava que pudesse acontecer. Um choque múltiplo.
Após o fiasco da corrida de 2005, onde apenas seis carros disputaram a prova, um cenário onde 1/3 do grid era eliminado na primeira volta estava longe de ser o ideal.
Com todos muito espremidos na largada, dois massivos acidentes aconteceram: Mark Webber, Franck Montagny e Christian Klien se engalfinharam no final do grid na curva 1 e Juan Pablo Montoya montou na traseira de seu companheiro de McLaren Kimi Räikkönen na curva 2. O encontro McLariano fez com que coletassem Jenson Button e Nick Heidfeld, que deu diversas piruetas antes de parar com o que sobrou de sua BMW carro na posição normal.
GP da Austrália de 2002
Oito eliminações; corrida sem interrupção
O Grande Prêmio da Austrália marcou um dos encontros pouco amistosos de Ralf Schumacher, Williams, e Rubens Barrichello, Ferrari. O brasileiro, que saiu na pole position, largou mal, ao contrário do alemão, que o pressionou com tudo logo na saída.
Tentando dar uma enganada no Schummy mais novo, Rubens retardou a freada, fazendo com que Ralf voasse por cima de seu carro em uma cena espetacular. No resto do pelotão, Nick Heidfeld, Olivier Panis, Giancarlo Fisichella, Jenson Button, e os estreantes na Fórmula 1 Felipe Massa e Allan McNish também ficaram pelo caminho.
Quem agradeceu muito esse strike logo na largada foi Mark Webber, que logo na sua estreia na categoria pela fraca Minardi conquistou um honroso quinto lugar. Feito digno de subir ao pódio diante de sua torcida local após a prova.
GP da Inglaterra de 1973
Nove eliminações; corrida interrompida
Diferentemente das anteriores, este acidente não foi na largada, ou logo na sequencia. Ao fim da primeira volta do GP da Inglaterra na velocíssima Silverstone, o sul-africano Jody Scheckter colocou sua roda na grama ao final da Woodcote, rodopiou e ficou parado no meio da pista.
Quem vinha atrás nessa zona de velocidade tão grande não pôde evitar o pior. Mike Hailwood, Jochen Mass, José Carlos Pace, Jean-Pierre Beltoise, Roger Williamson, George Follmer e Jackie Oliver foram os acidentados, mas quem levou a pior mesmo foi Andrea de Adamich, que quebrou o tornozelo na batida. Scheckter por sua vez, mesmo tendo provocado tudo, saiu ileso do acidente, mesmo sendo coletado por vários carros depois.
GP de Mônaco de 1950
Dez eliminações, corrida sem interrupção
Desde os primórdios a Fórmula 1 já convivia com este problema de espaço nas largadas. E principalmente na apertada Mônaco, o fato de largar e não tocar em ninguém era coisa rara.
Na segunda corrida da história da F-1, um bizarro acidente atormentou a vida dos pilotos e retirou da prova nada mais nada menos do que dez dos 19 pilotos que largaram.
José Froilan González, Nino Farina, Luigi Fagioli, Louis Rosier, Robert Manzon, Emmanuel de Graffenried, Maurice Trintignant, Cuth Harrison, Franco Rol e Harry Schell deixaram o caminho livre um tal de Juan Manuel Fangio vencer com uma volta na frente do segundo colocado.
GP da Alemanha de 1994
Dez abandonos; corrida sem interrupção
Se podemos denominar uma largada de caótica, essa em Hockenheim poderia, sem sombra de dúvidas, ser chamada assim. Pois ter dez carros sendo sumariamente eliminados em uma corrida não é para “qualquer corrida”. Em poucos segundos de prova os 26 carros se tornavam apenas 16.
Andrea de Cesaris – fazendo jus ao seu apelido ‘Crasheris ‘ – se embaralhou com Alex Zanardi, causando o caos na parte de trás do grid. Na frente, David Coulthard e Mika Hakkinen fizeram contato e bateram forte na proteção de pneus. Vários pilotos colidiram mais tarde quando tentavam se desviar dos doi sacidentes.
As eliminações sem a chance de relargada dos envolvidos criou um dos top 10 ao final da prova mais bizarros da história. Vejam por vocês mesmo e tirem suas conclusões.
1º) 28 – Gerhard Berger, Ferrari
2º) 26 – Olivier Panis, Ligier
3º) 25 – Éric Bernard, Ligier
4º) 9 – Christian Fittipaldi, Footwork
5º) 10 – Gianni Morbidelli, Footwork
6º) 20 – Érik Comas, Larrousse
7º) 19 – Olivier Beretta, Larrousse
8º) 0 – Damon Hill, Williams
ret 32 – Jean-Marc Gounon, Simtek
ret 31 – David Brabham, Simtek
2º) 26 – Olivier Panis, Ligier
3º) 25 – Éric Bernard, Ligier
4º) 9 – Christian Fittipaldi, Footwork
5º) 10 – Gianni Morbidelli, Footwork
6º) 20 – Érik Comas, Larrousse
7º) 19 – Olivier Beretta, Larrousse
8º) 0 – Damon Hill, Williams
ret 32 – Jean-Marc Gounon, Simtek
ret 31 – David Brabham, Simtek
Ps. Infelizmente ficarei devendo o vídeo deste acidente. Vasculhei a internet, mas não consegui nada… se alguém achar, por favor, compartilhe.
E vocês, lembram de mais alguns acidentes bizarros e devastadores nas largadas da Fórmula 1? Que tal a do GP Brasil de 1993 e/ou do GP da Alemanha de 2001? Bradem!