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Sem candidato favorito, cardeais se reúnem na segunda-feira para preparar conclave

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Sem candidato favorito, cardeais se reúnem na segunda-feira para preparar conclave:

Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo (Foto: Agência Brasil)
Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo (Foto: Agência Brasil)

A primeira reunião dos cardeais do mundo todo para preparar o conclave que elegerá o próximo papa será realizada na segunda-feira (04/03), quatro dias depois de a Igreja entrar no período de Sé Vacante. A expectativa é que o conclave se inicie no dia 11 de março.
Apesar de muita especulação em torno da lista dos favoritos para ocupar o posto - que tem nomes como o cardeal brasileiro Dom Odilo Scherer - ainda não há um candidato que apareça na liderança.
Se no conclave de 2005, por exemplo, desde o primeiro momento despontavam como principais nomes os cardeais Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI, e Carlo Maria Martini, desta vez a Igreja se mostra dividida. Como principais candidatos a papa foram apontados até agora os cardeais italianos Angelo Scola, arcebispo de Milão, de 71 anos, e próximo ao movimento Comunhão e Libertação, e Gianfranco Ravasi, de 70, "ministro da Cultura" do Vaticano.
Outros nomes apontados pelos vaticanistas são os de Marc Ouellet, canadense de 69 anos, presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, e o brasileiro dom Odilio Pedro Scherer, de 63 anos e arcebispo de São Paulo.
Especialistas em Vaticano dizem que há uma forte fragmentação no Colégio Cardinalício e que muitos dos grupos fortes, como os italianos, os americanos e os latino-americanos, ainda não têm um candidato para apoiar. Especula-se, por enquanto, que o grupo Europeu teria interesse em voltar  a eleger um papa do país, enquanto o brasileiro Scherer poderia ser a escolha do grupo fora da Europa.
Os escândalos de vazamento de documentos reservados de Bento XVI e do Vaticano, caso que ficou conhecido como 'Vatileaks', podem prejudicar as candidaturas italianas, afirmam os especialistas, já que a grande maioria dos documentos revelados se referem a casos internos italianos e enfrentamentos entre membros da cúria que têm esta nacionalidade .
O dossiê do 'Vatileaks' preparado pelos três cardeais octogenários - e que portanto não poderão entrar no conclave - só é conhecido por eles e Bento XVI. O papa emérito decidiu que essa documentação estaria "exclusivamente" à disposição do próximo pontífice, o que evita que fique arquivada, como acontece após a morte ou renúncia de um papa, quando todo o material do pontificado fica arquivado para seu estudo e não é publicado até se passem muitos anos.
O papa Bento XVI em sua última audiência geral na Praça São Pedro (Foto: EFE)O papa Bento XVI em sua última audiência geral na Praça São Pedro (Foto: EFE)
Até agora, 150 dos 207 cardeais já chegaram a Roma  e os demais são esperados ate quarta-feira. A legislação vaticana define que só podem entrar na Capela Sistina, local do Conclave, os cardeais com menos de 80 anos. Os outros, embora não possam votar, podem ser escolhidos pontífices e participar das reuniões prévias.
Dos 117 eleitores, dois anunciaram que não vão participar do conclave - o indonésio Julius Darmaatmadja, por doença, e o britânico Keith O'Brien, ex-arcebispo de Edimburgo, acusado de "comportamento inadequado" para com outros religiosos na década de anos 80. Em Roma, as reuniões informais já começaram.
A primeira reunião de cardeais começará na segunda-feira (04/03) às 9h30 locais (5h30 de Brasília), e a segunda às 17h (13h na capital federal). Todos os encontros dos cardeais vão acontecer na Ala Nova do Sínodo, no complexo da Sala Paulo VI.

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