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Cientistas confirmam descoberta do primeiro tubarão-touro com duas cabeças

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Cientistas confirmam descoberta do primeiro tubarão-touro com duas cabeças:

Na foto, o primeiro tubarão-touro de duas cabeças descoberto por cientistas. O animal foi encontrado no Golfo do México em 2011 (Foto: EFE/Patrick Rice/Shark Defense/Florida Keys Community College)
Na foto, o primeiro tubarão-touro de duas cabeças descoberto por cientistas. O animal foi encontrado no Golfo do México em 2011 (Foto: EFE/Patrick Rice/Shark Defense/Florida Keys Community College)

Cientistas da Universidade de Michigan (MSU), nos Estados Unidos, confirmaram uma descoberta inédita na biologia. Um tubarão-touro (conhecido também como tubarão-cabeça-chata) de duas cabeças é o primeiro com essas características na espécie. O animal foi encontrado no Golfo do México em 2011, mas a confirmação dos especialistas só veio agora, ao ser publicada no periódico Journal of Fish Biology.
O feto vivo do tubarão-touro de duas cabeças foi descoberto por um pescador americano na região de Florida Keys, um arquipélago entre o Estado americano da Flórida e Cuba. Ele estava dentro do útero de um tubarão adulto pescado pelo homem. Ao perceber que o feto estava vivo e tinha tal particularidade, o pescador entrou em contato com uma equipe de cientistas para analisar a anomalia. O animal, porém, morreu logo em seguida.
Michael Wagner, cientista da MSU e co-autor do estudo recém-publicado, afirmou em sua análise que o espécime havia uma deformidade conhecida como bifurcação axial. Ela fez com o que o tubarão começasse a se separar em dois organismos, sem chegar a completar o processo. "A metade do processo de formação de gêmeos deteve a divisão do embrião", afirma Wagner.
O cientista acredita que o animal tinha "pouca ou nenhuma possibilidade" de sobreviver por muito tempo. Segundo o estudo, elaborado em colaboração com a escola comunitária da região de Florida Keys, os predadores precisam realizar movimentos muito rápidos para caçar outros peixes e sobreviver, algo que este espécime nunca poderia ter feito.
"É sem dúvida um fenômeno interessante e raro. É bom que tenhamos documentado esta parte da história natural do mundo", afirmou Wagner. Por outro lado, "deveríamos ter encontrado o animal antes para tirarmos maiores conclusões". Segundo o cientista,não há dados para comprovar o que causou tal anomalia.
A dificuldade em encontrar casos raros como este se deve, em grande parte, ao fato de que criaturas com anomalias tendem a morrer logo após seu nascimento. "Podemos ver muitos casos de animais com duas cabeças em lagartos e serpentes", disse Wagner. "Isso porque esses organismos são criados em cativeiro, e a probabilidades de os criadores observarem essas anomalias é muito maior."
Wagner e sua equipe documentaram o descobrimento com imagens de ressonância magnética, comprovando a existência das duas cabeças, assim como de dois corações e de dois estômagos. Já a parte central do corpo do animal se mostrou unificada, já que possuía uma única cauda. Confira:
Raio-X do tubarão-touro mostra as duas cabeças e as espinhas que se convergem em apenas uma, seguindo até a cauda (Foto: EFE/Michael Wagner/Michigan State University)
Raio-X do tubarão-touro mostra as duas cabeças e as espinhas que se convergem em apenas uma, seguindo até a cauda (Foto: EFE/Michael Wagner/Michigan State University)

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