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Rio + 20 - Manifestações

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Extraído do Extra

Manifestações nas ruas do Centro marcam o sexto dia da Rio+20

Ambientalistas pedem veto ao Código Florestal, índios protestam no BNDES contra fundo de investimento da Amazônia e mulheres com seios de fora reivindicam direitos

 Jovem participa da Marcha das Mulheres, no Centro do Rio Foto: Paulo Nicolella / Agência O Globo
Jovem participa da Marcha das Mulheres, no Centro do Rio Paulo Nicolella / Agência O Globo
RIO — O sexto dia da Rio+20 foi marcado por manifestações pelas ruas da cidade. Em três atos públicos diferentes, ambientalistas, índios e mulheres de seios de fora pararam o Centro da cidade nesta segunda-feira. O trânsito na região ficou caótico durante todo o dia e, mesmo com todas as vias que ficaram bloqueadas já liberadas, segue complicado. Segundo a prefeitura, apenas uma das três manifestações estava programada, de acordo com informações da Prefeitura do Rio. Em entrevista no Centro de Operações Rio, o secretário de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, afirmou que já pediu à Cúpula dos Povos, que faz parte da Rio+20, que avise sobre os próximos protestos.
O protesto no final da tarde de segunda, o terceiro do dia, foi de ONGs ambientalistas contra o Código Florestal. Empunhando faixas e cartazes com críticas à presidente Dilma Rousseff, apitando e gritando palavras de ordem contra o Novo Código Florestal, a construção da Usina de Belo Monte e a política ambiental do governo federal, cerca de duas mil pessoas do movimento organizado pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas — o mesmo que liderou a campanha “Veta Dilma” — caminharam pela Avenida Presidente Antônio Carlos em meio ao trânsito. Eles saíram da Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, às 15h. Em uma hora e meia, percorreram as principais ruas do Centro do Rio. No caminho, sentaram-se cinco vezes no asfalto. Na Rio Branco, em frente ao Teatro Municipal, os participantes se deitaram na avenida por dois minutos.
Os ambientalistas foram escoltados pela Guarda Municipal e por policiais do 5ºBPM (Praça da Harmonia) e do Batalhão de Choque até o Aterro. Os policiais, acionados por causa do caos no trânsito da Avenida Chile, foram recebidos com vaias. Somente depois da intervenção da PM, o protesto voltou a ocupar apenas três das cinco faixas da via.
De maiô vermelho, short branco e um cocar de penas coloridas, Estrela, de 5 anos, seguia à frente dos manifestantes. Junto com a mãe, Siele Pontalti, de 30 anos, a menina rabiscava com giz o asfalto das principais avenidas do Centro do Rio, como Rio Branco, Almirante Barroso e Chile. Nascida na Espanha, mas morando no Xingu, a menina desenhava símbolos pacifistas. Já a mãe escrevia frases de protesto contra a construção da Usina de Belo Monte.
- Eu estou aqui porque quero ajudar o planeta e defender os índios - disse a menina, que corria alegre pelas pistas da Rio Branco em meio às motocicletas dos policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia) e do Batalhão de Choque.
Ativista da Etnia Planetária Institute, Sieli disse que trouxe a menina ao Rio para lutar pelo futuro do planeta:
- Nós, adultos, não temos mais futuro. Mas temos que lutar por um mundo melhor para eles - disse a moça.
Outra figura do protesto foi o Caio de Miranda, que vestido como a presidente Dilma Roussef carregava um estandarte com o mapa do Brasil. Em frente ao prédio do BNDES, na Avenida Chile, ele ateou fogo ao mapa de papel.
Índios também marcharam no Centro nesta segunda-feira
Mais cedo, duas manifestações deixaram o trânsito bastante complicado no Centro. Após a marcha realizada por mulheres que também participam da Cúpula dos Povos (veja fotos do protesto), índios contrários aos investimentos feitos pelo BNDES em grandes empreendimentos na Amazônia, como hidrelétricas, que contribuem para o desmatamento. O cacique Werakwaray, do Espirito Santo, informou, por volta das 14h, que uma comissão de 12 indígenas conseguiu negociar com autoridades do banco.
Os índios, de diversas aldeias do Brasil, deixaram o local em grupos. Eles seguiram pela faixa da direita da Avenida Rio Branco, em direção ao Aterro do Flamengo, onde ocorre a Cúpula dos Povos. O trânsito não foi interrompido. Eles passaram pela Cinelândia e atravessaram a Avenida Beira Mar. O retorno foi ordeiro. No caminho, em todos os cruzamentos de ruas e avenidas, os manifestantes sacudiam chocalhos e apontavam lanças para os motoristas abrirem caminho para os grupos. Os índios percorreram as ruas do Centro dando gritos de guerra.
Quando os índios chegaram ao BNDES, seguranças fizeram um cordão de isolamento na entrada principal do prédio. A porta do edifício da Petrobras, do outro lado da rua, também foi fechada para evitar a entrada dos manifestantes. O representante dos Arariboias, Bentilho Jorge, disse que eles esperavam ser recebidos por algum representante do BNDES.
- A gente espera ser recebido pelas lideranças do BNDES, pois precisamos protestar contra o Fundo Amazônia e a PEC 215, que se for aprovada não vai permitir mais que sejam demarcadas nossas terras - afirmou.
Em nota, o BNDES informou que os manifestantes se reuniram com o vice-presidente da instituição, João Carlos Ferraz. Durante o encontro, os representantes dos índios questionaram o impacto, em suas comunidades, de projetos financiados pela instituição. Ficou acertada a formação de uma comissão de cinco representantes indígenas, que será recebida para uma nova reunião, provavelmente em julho, também na sede do BNDES. O objetivo é que as lideranças e o banco elaborem uma agenda de trabalho conjunta.
Mulheres também fizeram marcha pelo Centro do Rio
O nó no trânsito desta segunda-feira começou com uma manifestação de mulheres da Cúpula dos Povos. Por volta das 11h30m, a pista lateral direita da Avenida Presidente Antônio Carlos foi fechada pela marcha das mulheres no sentido Candelária. Para minimizar os impactos no trânsito, as faixas do sistema BRS foram temporariamente liberadas ao tráfego para todos os veículos.
Segundo organizadores do evento, cerca de 5 mil mulheres de 60 organizações participaram da manifestação. Muitas, inclusive, desfilaram com os seios de fora. A Polícia Militar, entretanto, ainda não informou o número de protestantes. Por volta das 12h15m, elas se instalaram no Largo da Carioca, junto com outros movimentos populares. Antes de chegar ao Largo, manifestantes percorreram a Rua da Assembleia e, por isso, a Avenida Rio Branco ficou temporariamente interditada nesse trecho. A manifestação acabou por volta das 13h, na altura da Avenida Almirante Barroso.
A manifestação chegou a afetar vias distantes do Centro, como a Radial Oeste, que teve lentidão até a Marechal Rondon. Já o congestionamento na Avenida Francisco Bicalho e Rodrigues Alves afetou a Ponte Rio-Niterói, que teve lentidão em toda a sua extensão no sentido Rio.
De acordo com uma das organizadoras da Marcha das Mulheres e representante da Via Campesina, Adriana Mesali, o objetivo do movimento não era parar a cidade, mas chamar atenção para a reivindicação dos movimentos.
- A gente não quer perturbar a vida de ninguém, mas em algumas situações é necessário ocupar as ruas para que a cidade perceba a luta dos movimentos sociais. Não adianta ficar concentrado somente no Aterro do Flamengo - disse Adriana, que é uma das principais lideranças femininas no campo.
Uma das líderes do movimento, Schuma Schumacher, disse que a ideia é chamar a atenção do governo.
- Queremos mostrar que um documento baseado no livre mercado não será a solução. Não há solução ambiental sem solução social e enfrentamento da pobreza. É por isso que estamos lutando - disse.
A especialista em ecologia Thais Moraes veio de Belo Horizonte especialmente para a Marcha. Aos 23 anos, ela fez barulho tocando um latão pela legalização do aborto:
- As mulheres precisam ter o direito de fazer o que quiserem com seu corpo. Por isso que faço barulho.
Já a funcionária pública Ana Cristina Serafim, de 44 anos, veio com outras 40 mulheres de Fortaleza em defesa pela liberdade. Para ela, ser livre significa não ser alvo de violência doméstica e possuir um trabalho digno.
- Mulher tem prazo de validade. Depois dos 40, a vida fica mais difícil - afirmou.

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