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 Visita de Obama ao Brasil
Brasília e Rio

Rio de Janeiro, 20 de março -   Sei como vocês levam o futebol a sério, disse Obama no discurso, e também citou a Copa que o Brasil receberá em 2014  Foto: EFE


Obama descobriu Brasil em 1983, com 'Orfeu Negro'

Primeira visão que Obama teve do Brasil foi por lente francesa de Marcel Camus, que mostrou versão lírica de uma favela carioca

O presidente dos EUA, Barack Obama, descobriu o Brasil em 1983. Não, ele não pisou em solo brasileiro naquela época, como fará durante sua visita oficial ao País entre 19 e 20 de março. Ele conheceu nosso país pela primeira vez por meio do cinema – mais especificamente pelo filme "Orfeu Negro", de 1959.
Dirigido pelo francês Marcel Camus e baseado no musical “Orfeu da Conceição”, escrito por Vinicius de Moraes e com músicas de Tom Jobim e Luiz Bonfá, “Orfeu Negro” é uma tranposição do mito grego de Orfeu e Eurídice para uma favela carioca, na época de carnaval, encenado por um elenco quase exclusivamente negro.


Foto: Divulgação
Marpessa Dawn e Breno Mello em cena de Orfeu Negro
Ou seja, a primeira visão que Obama teve do Brasil foi por uma lente francesa. E o que ela mostrou essencialmente foi uma visão lírica da vida na favela. Em meio à trágica história de amor entre Orfeu e Eurídice, existe a música, a festa, a alegria do carnaval.
Como o jovem Obama foi parar no cinema para ver aquele velho filme francês passado no Brasil, no ano de “Retorno de Jedi”, “Flashdance” e “Jogos de Guerra”? Resposta simples: ele foi acompanhar sua mãe. Mais: “Orfeu Negro” era o filme favorito dela. Outro detalhe significativo: ela era branca. E a visão da obra de Marcel Camus foi a epifania que Obama teve para entender como ele e a própria mãe enxergavam as questões raciais de um ponto de vista totalmente diferente.
A história foi bem contada pelo próprio Obama em sua biografia, “Dreams from my father”. Sua mãe Ann e sua irmã Maya o estavam visitando em Nova York, onde ele cursava a Universidade Columbia.

Foto: Divulgação
Cartaz do filme “Orfeu Negro”, de 1959
“Uma noite, enquanto folheava o jornal Village Voice, os olhos da minha mãe se iluminaram ao ver a propaganda de um filme, 'Orfeu Negro', que estava sendo exibido no centro. Minha mãe insistiu para que fossemos naquela noite; ela disse que foi o primeiro filme estrangeiro que ela viu”, conta Obama, antes de lembrar as palavras da mãe: “'Eu tinha apenas 16 anos. Foi a primeira vez que fiz algo totalmente sozinha. Senti-me tão adulta. Quando vi o filme, achei que era a coisa mais bonita que já tinha visto', ela nos contou enquanto entrávamos no elevador.”
Mas Ann não conseguiu transmitir seu entusiasmo ao filho. “Os brasileiros negros e mulatos cantavam e dançavam e tocavam violão como aves livres de plumagem colorida. Na metade do filme, decidi que havia visto o suficiente e virei para minha mãe para ver se ela estava pronta para ir embora. Mas seu rosto estava vidrado na tela. Naquele momento, senti-me como se tivesse olhado por uma janela para seu coração, o coração de sua juventude. Percebi que o retrato de negros infantilizados que eu via, o reverso da imagem dos selvagens do (escritor britânico Joseph) Conrad, foi o que minha mãe carregou com ela até o Havaí anos atrás, um reflexo da fantasia simplista que havia sido proibida para uma garota branca, de classe média do Kansas, a promessa de uma outra vida: quente, sensual, exótica, diferente.”
“Orfeu Negro” – e as reações opostas que Obama e Ann tiveram sobre ele – levou o futuro presidente inclusive a questionar as bases de sua relação com sua mãe (que morreu em 1995). “As emoções entre as raças nunca podiam ser puras; até o amor era manchado pelo desejo de encontrar no outro algum elemento que estava faltando em nós mesmos.”
Se o anunciado desejo do governador carioca Sergio Cabral de levar Obama até a favela do Chapéu Mangueira (onde “Orfeu Negro” foi filmado) tivesse se concretizado, o presidente americano teria a chance de reencontrar o cenário do filme. E teria a oportunidade de confirmar ao vivo que o universo mostrado naquela obra nada mais era do que a fantasia otimista de um francês, de sua mãe e de milhões que se encantaram com o filme (que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro). Ou, talvez, o marketing político consiga convencer Obama de que Ann estava certa, que no fundo as nossas favelas se parecem mais com a de “Orfeu Negro” do que a de “Cidade de Deus”.


Filme Orfeu Negro - Marcel Camus e baseado no musical “Orfeu da Conceição”, escrito por Vinicius de Moraes e com músicas de Tom Jobim e Luiz Bonfá, 




A Primeira Visita de Obama ao Brasil

Rio
Rio de Janeiro, 20 de março -  Depois de receber a camisa do Flamengo, Obama posa para fotos com a presidente do clube, Patricia Amorim  Foto: AP 
Rio de Janeiro, 20 de março - Michelle e Barack Obama aplaudem a apresentação de capoeira realizada na Cidade de Deus  Foto: Agência Brasil 
 
Rio de Janeiro, 20 de março - Barack Obama faz embaixadinhas com garotos da Fundação para a Infância e Adolescência  Foto: Reuters 
Rio de Janeiro, 20 de março - Obama e a família assistiram a apresentação de Capoeira realizada pela Fundação para a Infância e Adolescência  Foto: Agência Brasil 
Rio de Janeiro, 20 de março - Menino segura papel com boas vindas ao presidente americano  Foto: Agência Brasil 
Rio de Janeiro, 20 de março - Presidente americano, Barack Obama, ficou cerca de 25 minutos na Cidade de Deus  Foto: Agência Brasil 
Manifestantes, que vestiam camisetas pretas com a frase Eu sou uma vítima, são parentes e amigos dos 154 mortos no acidente, que ocorreu após o Boeing 737 da Gol se chocar em pleno voo com um jato executivo e cair na floresta amazônica  Foto: AFP 
Rio de Janeiro, 20 de março - Obama faz embaixadas sob o olhar de Sérgio Cabral e Eduardo Paes  Foto: AP 
Rio de Janeiro, 20 de março - Presidente americano descontraiu e fez embaixadinhas  Foto: AP
Parentes das vítimas do acidente com o avião da Gol, ocorrido em 2006, se reuníram neste domingo perto do hotel onde Barack Obama está hospedado no Rio de Janeiro, e pediram punição aos dois pilotos americanos que comandavam o voo  Foto: AFP
 
Rio de Janeiro, 20 de março - Barack Obama faz embaixadinha com garoto em visita à Cidade de Deus  Foto: AFP 
Rio de Janeiro, 20 de março - Cover do presidente Barack Obama anima os moradores da Cidade de Deus  Foto: AP 
Rio de Janeiro, 20 de março - Obama chegou à Cidade de Deus por volta das 11h40  Foto: AP 
Rio de Janeiro, 20 de março - Militares do Exército vigiam as ruas da Cidade de Deus e atiradores de elite se posicionam no alto de construções e na laje de casas para garantir a segurança de Obama  Foto: Futura Press 
Rio de Janeiro, 20 de março - Homens armados tomam pontos estratégicos da Cidade de Deus para a segurança de Obama  Foto: AP 
Rio de Janeiro, 20 de março - Moradores da Cidade de Deus aguardam a chegada de Obama em meio a uma reforçada segurança  Foto: Reuters 
Rio de Janeiro, 20 de março - Segurança na Cidade de Deus é reforçada para a visita do presidente americano  Foto: Reuters 
Rio de Janeiro, 20 de março - Grupo de teatro mostra cartazes que formam a frase Sim, nós também podemos  Foto: Reuters 
Rio de Janeiro, 19 de março - Obama troca sorrisos e cumprimentos com o prefeito Eduardo Paes e com o governador Sergio Cabral  Foto: AP
Rio de Janeiro, 19 de março - O professor de matemática Alex Nunes, da Baixada Fluminense, se divertiu com a chegada de Obama ao Rio de Janeiro  Foto: Rodrigo Teixeira/Especial para Terra
 
Rio de Janeiro, 19 de março -  Obama cumprimentou a todos e ainda tirou uma foto com o filho de Eduardo Paes  Foto: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Rio de Janeiro, 19 de março -  O prefeito da cidade, Eduardo Paes, e o governador do Estado, Sérgio Cabral, esperaram por Obama na pista  Foto: Divulgação
Rio de Janeiro, 19 de março -  O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou ao Rio de Janeiro às 20h18 deste sábado  Foto: AP
   Brasília

Fonte: TERRA

Fotos

Brasília, 19 de março - Presidente americano brincou sobre a vitória do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas: Lula ganhou de mim, disse Obama  Foto: AFP 
Brasília, 19 de março - Barack Obama viaja ainda hoje para o Rio de Janeiro. Amanhã, ele discursará no Theatro Municipal, na Cinelândia  Foto: AFP 
Brasília, 19 de março - Durante o brinde no almoço, Dilma falou de sonho de Martin Luther King como o sonho de todos os brasileiros  Foto: AP 
Brasília, 19 de março - Durante o brinde no almoço com o presidente norte-americano, Barack Obama, Dilma Rousseff apelou por lugar no Conselho de Segurança da ONU  Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República/Divulgação 
Brasília, 19 de março - Obama e Dilma almoçaram juntos no Palácio do Itamaraty. O almoço em homenagem ao presidente americano contou com a presença de importantes empresários e parlamentares brasileiros  Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República/Divulgação 
Brasília, 19 de março - Presidentes posam juntos para foto antes de discurso  Foto: EFE 
Brasília, 19 de março - Do lado de fora, manifestantes protestam contra a vinda de Obama  Foto: Futura Press
 
Brasília, 19 de março - Primeira-dama americana e as filhas se divertem com demonstração de capoeira  Foto: AP 
Brasília, 19 de março - Michelle Obama e as duas filhas acompanham evento de capoeira  Foto: AP 
Brasília, 19 de março - Presidente americano passou em revista a guarda de honra no Palácio do Planalto  Foto: AFP 
Fonte: R7

Fotos







 
 
 


Fonte: G1

Dilma volta a pedir vaga em conselho da ONU ao falar durante almoço

'Estamos prontos a dar nossa contribuição', afirmou Dilma.
Obama disse que EUA querem ser parceiros no desenvolvimento do Brasil.

Do G1, em Brasília
Mesa com os convidados da presidente Dilma Rousseff e Barack Obama, no Itamaraty (Foto: Globo News/Reprodução) 
Mesa com os convidados da presidente Dilma
Rousseff e Barack Obama, no Itamaraty
(Foto: Globo News/Reprodução)
Em discurso que antecedeu o almoço com o presidente dos EUA, Barack Obama, a presidente Dilma Rousseff voltou a reivindicar uma vaga para o Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
Antes, em declaração à imprensa no Palácio do Planalto, ela havia defendido uma "reforma fundamental" na ONU. Em comunicado conjunto dos dois países, divulgado pelo Itamaraty, Obama manifestou "apreço" pela pretensão do Brasil.
"Estamos prontos para dar nossa contribuição para a paz e a segurança internacionais no Conselho de Segurança das Nações Unidas, ampliado, mais equitativo e democrático”, afirmou.
Estamos prontos para dar nossa contribuição para a paz e a segurança internacionais no Conselho de Segurança das Nações Unidas, ampliado, mais equitativo e democrático"
Presidente Dilma Rousseff
Segundo a presidente, o Brasil opode desempenhar um papel importante no cenário internacional. “Alimentamos a legítima esperança de contribuir, sem voluntarismo, na busca de soluções criativas para os grandes desafios contemporâneos, como a promoção de um acordo de paz entre israelenses e palestinos, povos amigos com os quais nos sentimos solidários.”
Dilma defendeu ainda “regras de comércio mais transparentes e mais justas” em relação aos Estados Unidos. “No comércio bilateral, estou certa de que é mútuo interesse promover a geração de fluxos mais equilibrados, tanto em termos quantitativos como qualitativos”, afirmou, em uma referência à balança comercial hoje desfavorável para o Brasil.
Após a fala, Dilma fez um brinde com todos os que estavam sentados à mesa com ela e com Obama: a primeira-dama Michelle Obama; o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota Patriota, e a mulher dele, Tania Patriota; o vice-presidente Michel Temer; os presidentes da Câmara, Marco Maia, e do Senado, José Sarney; o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; e o embaixador do Brasil nos EUA, Mauro Vieira.

Obama também fez um pronunciamento, curto, no qual ressaltou o crescimento da economia brasileira nos últimos anos e disse que os Estados Unidos querem ser parceiros do Brasil no desenvolvimento de sua economia. “Nós queremos ajudar de toda forma possível para que o Brasil possa realizar todo o seu potencial”, disse.
No início de sua fala, Obama elogiou a arquitetura de Brasília e, ao final citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek, idealizador da capital federal. “Que a luz do progresso sempre brilhe nesta nação”, disse, repetindo JK. Obama também ofereceu um brinde à presidente brasileira.

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